Wednesday, August 24, 2011

Torcando letras

Você alguma vez já trocou o nome de uma letra de música? Ou um trecho dela?

Temos muitos casos até conhecidos de letras trocadas. O mais famoso é o clássico "trocando de biquini sem parar" (quando o correto é tocando B.B. King). Outro exemplo? "Eu vou enfiar língua no céu da sua boca" (quando o correto seria uva no céu da boca).

Certamente também tenho exemplos de "letras de músicas trocadas". A descoberta de que a letra (na verdade, o título da música) estava trocada ocorreu ontem a noite: surpresa ao ver o disco do U2 e descobrir que "The Sweetness thing" (décima música do disco 1 e terceira música do disco 2) se chama, na verdade "The Sweetest thing".

Putz, perdi a conta das vezes em que eu cantava "oh, oh, oh, the sweetness thing".

Bom, coincidência ou não, a banda Jimmy Eat World tem uma música chamada Sweetness (não Sweetest), que é também muito boa! Só é um pouco mais agitada, até mais pesada.

E pra quem gosta de músicas trocadas, indico os dois sites.

O primeiro é um repertório de letras trocadas - os chamados virundums (que tiveram sua origem através de uma errada versão do Hino Nacional: "virunduns Ipiranga às margens plácidas".

Segue o link abaixo:

http://www.interney.net/blogs/virunduns/

O segundo (em inglês), reune piadas, trocadilhos e, claro, letras trocadas, de artistas de diversos locais. Você pode, inclusive, dar a sua contribuição nas brincadeiras e piadas.

www.amiright.com

Depois disso, como forma de desculpas ou de compensação da minha dívida com o U2, eu canto:

"Misheard Lyrics are not The Sweetness Thing?"


Friday, September 18, 2009

O segredo da banda Keane

Quando o nome Keane vem a cabeça, me lembro especialmente de 4 coisas:

-A semelhança com o rock de bandas britânicas como Travis e o Coldplay

-A ausência de guitarra e baixo na formação principal

-A presença do piano marcante, que caracteriza as músicas

-As notas agudas alcançadas pela voz de Tom Chaplin

Contudo, há algo que torna o Keane realmente único e diferente dos outros: uma inversão entre a causa e o efeito.

Eu explico: Bono e Chris Martin são reconhecidos por serem vocalistas do U2 e Coldplay, respectivamente. Da mesma forma, Noel e Liam são nomes identificados por pertencerem ao Oasis. O mesmo não parece ocorrer com o Keane. Tom Chaplin não parece ser valorizado por ser o vocalista do Keane. Pelo contrário: o Keane demonstra ser a consequência dos talentos do vocalista Chaplin, do pianista de Tim Rice-Oxley e do baterista Richard Hughes.

Pelas músicas, vídeos e especialmente nas letras da banda, percebe-se que seus integrantes trazem uma mensagem ao público. De alguma forma, elas indicam uma não identificação com a vida urbana:

Alguns exemplos. Everybody's Changing diz: "Todo mundo está mudando, mas eu não sinto o mesmo". Da mesma forma, Somewhere only we know fala: "Este pode ser o fim de tudo, então por que não vamos em um lugar onde só nós conhecemos? Perfect Simmetry diz, em tradução livre: "Quem é você, por que vive dente por dente? Essa vida se completa em perfeita simetria. O que eu faço será feito contra mim". Spiralling, que abre o último álbum, fala: "Eu espero pelo meu momento. Espero por uma revelação, espero alguém pra me incluir. Porque agora só vejo meus sonhos e tudo que toco sinto as mãos frias deles (...) Estamos desmoronando, estamos entrando numa espiral".

Vamos combinar que Chaplin não é um cara normal. Ele parece estar em uma dimensão mais avançada do que a maior parte de nós - uma espécie de quarta dimensão. O jeito de andar e a maneira de falar dele são diferentes. O que notei nele foi o mesmo que apareceu em artistas como Cazuza, Renato Russo, Marcelo Camelo e Mallu Magalhães, que não sei explicar bem o que se trata, mas talvez voce também perceba. O exemplo abaixo pode ajudar a entender.

Há algum tempo atrás, Tom foi zombado por integrantes de outras bandas devido ao seu excesso de peso. Isso o levou, na época, à depressão e ao uso de drogas. A resposta que Tom deu às críticas, após recuperado das drogas (e com peso mais baixo) foi: “Muitas bandas querem ser ouvidas e é uma pena quando você desvaloriza isso fazendo inúteis e maus comentários sobre outras pessoas. Todos viemos da mesma escola e temos o mesmo sonho, e é um pouco chateante, sem dizer também inútil. Eu me tornei imune a muitas coisas e eu tive que desenvolver uma grossa pele*.”

Este e outros exemplos apontam que o Keane parece não ter a mesma pretensão que outras bandas tem, de querer ser a maior banda do mundo. A humildade, expressa até o momento por Tom e os outros integrantes, é algo que o torna único. Comparando com o primo Coldplay, isso se torna evidente - Chris Martin que me perdoe, mas na minha opinião, desde o sucesso mundial do Coldplay, ele ficou um tanto chato e repetitivo nas entrevistas, por vezes se irritando sem necessidade. (Bem, talvez tenha seus motivos, enfim...).

Só pra concluir: o Keane difere das outras bandas por representar apenas a união de três músicos. Eu não posso dizer a mesma coisa de bandas como U2, Oasis e Radiohead. Estas, além do talento dos integrantes, são nomes, marcas,
sinônimos de grandeza (falaremos nesse assunto em um futuro tópico). Seus shows são também espetáculos sonoros e visuais. Embora isto também os faça excelentes bandas, não carregam nem de perto a simplicidade do Keane, cujos integrantes não se consideram acima do público. Aliás, este é o segredo do Keane: seus integrantes.


*http://keane-forever.blogspot.com/2007_10_01_archive.html

Saturday, June 27, 2009

Michael Jackson - desabafo

Fiquei triste. Me lembrei, assim como tantas outras pessoas, das músicas que tocavam quando eu era menor, dos copos da Pepsi e do clipe de Black or White - especialmente na parte final, das mutações das pessoas.

E foi assim com os mamonas (escrevi com letra minúscula de propósito).

Mas a questão de disucussão não é essa. A questão é a que meneira com que maioria de nós enxerga a morte parece que está errada - me refiro à ideia de morte como uma interrupção da vida. Isso parece ruim.

A ideia de morte como inesperado também me parece errônea, vou tentar explicar: muitos de nós, enquanto estamos entretidos com as coisas da vida, com o espetáculo que é o mundo, não percebemos que há muitas pessoas na nossa volta no qual nós poderíamos ter mais contato. E, por isso, quando recebemos uma notícia de falecimento, como estávamos com a cabeça em outros focos, percebemos-a como algo inesperado. Mas por que não inverter isso?

Vou dar outro exemplo de como esse assunto ainda é estranho para nós: digamos que o responsável por um blog famoso venha a falecer. A divulgação desta notícia - o falecimento do autor - pela imprensa pode fazer com que dobre o número de visitas do blog em apenas um dia, mesmo não tendo absolutamente nenhuma influência no conteúdo. Não é estranho?

É claro: adquirimos uma ligação emocional com a vida, com as pessoas e até com as coisas. Por um lado isso é muito bom. Mas, por outro isso é ruim: nos fazer sofrer mais do que o normal.

De certa forma, os meios de comunicação também têm participação nessa visão um tanto banalizada, um tanto negativa da morte, do qual nós aceitamos e alimentamos durante à fase adulta. Primeiro, por acostumarmos com a violência como responsável por diversas causas, o que é observado nas páginas policiais. Segundo, por nos depararmos, todos os dias, com notícias de falecimento. Embora a intenção de muitas notícias seja positiva - como o fato de homenagear - também acaba trazendo efeitos inversos - quem de nós, alguma vez, já não pegou o jornal para ver quem morreu no dia?

Não se trata de uma maneira errada de lidar com ela?

O filme Patch Adams sugere, em um dos trechos, uma maneira muito mais criativa de se ver a morte: cita expressões com o mesmo significado que substituem o termo - subir no telhado, bater as botas, entre outras. Parece ser uma boa ideia.

Penso que no momento em que entendemos que essa vida é apenas um início, passamos a ter um melhor relacionamento com a morte, pois entendemos que ela é a passagem para outra vida. Casos de esperiência de quase morte (EQM) e viagem astral revelam algumas conexões com o mundo que há além essa vida. Certamente há muito que não sabemos.

O importante é ter consciência de que uma boa relação com o fim dessa vida pode melhorar a relação com o início e com o meio dela.

Claro, isso não impede que a gente se emocione e, algumas vezes, deixe cair lágrimas. Pois, como dizem - é a vida.

Tuesday, June 23, 2009

Duas visões do mundo

Basicamente, podemos ter duas visões do mundo.

A primeira: aquilo que vemos é uma imagem.

A segunda: aquilo que vemos é uma realidade.

Pessoas que vêem o mundo como uma imagem, geralmente são mais detalhistas. Gostam de cuidar dos detalhes e de que as coisas não saiam do lugar. São bem objetivas, mas também costumam ser bem emocionais. Também gostam de estar no conforto. Gostam de novidades. Se recebem presentes, é importante que a embalagem seja bem preparada e que não contenha falhas. Prestam atenção no resultado final de determinado objeto e não se interessam tanto pela história ou o modo como foi feito. Costumam estar atentas ao relógio e prestar atenção nas situações.

Pessoas que vêem o mundo como uma realidade não possuem quase nenhuma necessidade de conforto. Muitas vezes, convivem com uma certa bagunça. Utilizam bastante a imaginação e a criatividade. Para elas, não importa o país, o estado ou a cidade que estejam - elas sempre estarão dentro dos limites da Terra. Procuram saber a história de determinado ítem. Não são facilmente seduzidas. Por isso, os anúncios publicitários terão muito menor efeito nessas pessoas. Não ligam muito para embalagens, pois só enxergam o literal e não percebem o valor agregado dos produtos. Não possuem uma ligação forte com o ego. Além disso, as pessoas que vivem a realidade costumam tentar fazer as coisas por si próprias, não tem medo de errar. Prestão bastante atenção nas outras pessoas.

A figura de uma praia em um dia de sol lotada de guarda sóis lembrará, para a pessoa que vê o mundo como uma imagem, um dia quente de verão, onde o sol bate forte e as pessoas estão curtindo a areia e o mar. Por outro lado, para a pessoa que vê o mundo como uma realidade, a situação será de diversas pessoas interagindo de forma diferente com a paisagem.

Para a pessoa que vê o mundo como uma imagem, o tempo é regular.

Para a pessoa que vê o mundo como uma realidade, o tempo é abstrato.

E você? Como você enxerga o mundo?

Sunday, June 14, 2009

Competição

Par ou impar - autorama - cara ou coroa - pega-pega - esconde-esconde - cobra-cega - caçador - sinuca - fliperama - pife - nota de boletim - polícia e ladrão - fila pra ingresso no cinema - verdade ou consequência - vestibular - balada - carteira de motorista - vaga de emprego - vaga de estacionamento - fila de banco - fila de supermercado - Poker - pescaria - Cassino - Fórmula 1 - Mega Sena - concurso de beleza - concurso público - mercado de trabalho - seleção natural.

Não há dúvidas de que a competição pode ser - e é - algo divertido e positivo, quando tratada de forma justa e levada na esportiva. A questão é o quanto ela pode ser algo terrivelmente prejudicial, se começarmos a tratar o outro como um adversário. Por que não viver de forma mais harmônica? Usar a criatividade, usar as ideias pra tornar as pessoas menos competitivas. Mas, sem querer, acabamos transformando o dia-a-dia em uma espécie de jogo. O que ganhamos é uma felicidade de pouca duração. Assim, quem perde, somos nós mesmos.

Wednesday, April 15, 2009

A inversão entre o bem e o mal

Olá a todos!

Certo dia estava lendo um colunista no jornal (infelizmente, não lembro o nome agora) falar sobre vilões e mocinhos. E o fato de o vilão ser muito mais atraente pras pessoas do que o mocinho. Para mim, isso não é um acaso - nosso mundo chegou ao extremo de que o bem e o mal se inverteram.

É simples: a pessoa boa, pelo fato de já ser boa, não precisaria mais demonstrar isso - pois sua bondade já estaria implícita, não precisaria mais ser provada. Com isso, perde-se o objetivo de fazer o bem e de fazer gestos de espontaneidade, mesmo pequenos sacrifícios. Ok, até aí, sem problemas. Entretanto, para se ver livre dos problemas e estar bem consigo mesma, muitas vezes ela tem que cometer atos como mentir, esculachar, fazer fofoca ou coisas de modo escondido. É aí que surgem os problemas da vida - pela falta de um maior diálogo e companherismo.

Você já ouviu aquela frase "tudo que é proibido é mais gostoso"? Essa frase é um reflexo do quanto muitas pessoas boas não se contentam com o que possuem e querem mais.

O maior medo da pessoa boa não quer ser um "loser". O loser, para ela, é o cara infeliz, sem amigos e que nunca será ninguém na vida. Essa pessoa, portanto, fará o possível para ser aceita socialmente e mostrar que é campeã. É a legítima "maria vai com as outras". Já o loser, como já passou pela experiência de ser ridicularizado e viu que não há nenhum perigo, não terá medo de ser ele mesmo. A cantora Mallu Magalhães disse uma vez em entrevista que todos deveriam passar pela experiência de serem losers um dia, pra valorizar as coisas que possuem [eu, que já tive o prazer de passar por essa experiência, acho engraçado como os assuntos das pessoas, em geral, são feitos por simples interesse e apenas para mostrar o quanto elas são boas]. O cantor Wander Wildner falou que não gosta do termo "fã", pois o fã geralmente é um cara que chega de uma forma agressiva para o artista.

Falando agora sobre a pessoa "do mal" - exemplo, que ouve heavy metal, veste-se de preto e gosta de tomar vinho no cemitério. Esta pessoa certamente valoriza muito a vida e os amigos. Embora seja comum o visual estranho e agressivo, acredito que ela seja incapaz de praticar o mal e de julgar as pessoas.

É importante prestarmos atenção no modo como os programas de televisão trabalham os personagens do bem e do mal e o quanto esses mesmos ganham estereótipos. Pode-se ver que, em grande parte das vezes, mesmo os personagens do bem apresentam atitudes que nenhum bom vilão (com o perdão do trocadilho) tomaria.